sábado, 18 de abril de 2015

Hormônio BNP no diagnóstico de IC congestiva

A insuficiência cardíaca congestiva é uma condição grave na qual a quantidade de sangue que o coração é capaz de bombear a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as necessidades de oxigênio e nutrientes de todo o organismo.
Alguns sinais e sintomas da insuficiência cardíaca podem ser: dispneia de esforço, ortopneia obrigatória,  edema dos membros inferiores, sensação de dolorimento ou peso no hipocôndrio direito.
Tradicionalmente, o diagnóstico da insuficiência cardíaca congestiva é feito com base na presença de determinados sinais e sintomas, caracterizando uma síndrome clínica. Em pacientes crônicos, ambulatoriais, o diagnóstico das descompensações cardíacas não é difícil. Entretanto, em pacientes idosos, que chegam à unidade de emergência com dispneia aguda, o diagnóstico nem sempre é fácil. Sinais e sintomas, nesses casos, podem não ser específicos o suficiente para fazer um diagnóstico rápido e acurado. A ecocardiografia, embora seja um bom método para o diagnóstico de disfunção sistólica do ventrículo esquerdo, pode não refletir uma condição aguda (Villacorta e cols., 2002).
Assim, surgiram estudos com a aplicação do peptídeo natriurético tipo-B na tentativa de diagnosticar a insuficiência cardíaca congestiva de modo eficaz.
O peptídeo natriurético tipo B é um hormônio composto por 39 aminoácidos em sua forma biologicamente ativa. É liberado, principalmente, pelos ventrículos cardíacos, em resposta a uma sobrecarga de pressão ou volume. Promovem diurese e vasodilatação (antagonizando o efeito vasoconstritor do sistema renina-angiotensina-aldosterona), estando aumentados em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva.

(Laboratório Oswaldo Cruz, 2014).

O valor do peptídeo natriurético tipo-B reside no seu elevado valor preditivo negativo (» 96%). (Beck da Silva e cols, 2003). No entanto, o peptídeo natriurético tipo-B vem se tornando: um teste de rastreamento para solicitações de ecocardiografia, independentemente da razão para o procedimento; uma ferramenta útil e confiável no diagnóstico e avaliação da severidade da insuficiência cardíaca na sala de emergência, inclusive em pacientes que chegam à unidade de emergência com dispneia aguda (Villacorta e cols, 2012); um potencial marcador para monitorização hemodinâmica em pacientes com insuficiência cardíaca severa; um marcador prognóstico em pacientes que sofreram um infarto agudo do miocárdio. (Beck da Silva e cols, 2003). 

BIBLIOGRAFIA:
Beck da Silva e cols. Peptídeo Natriurético Tipo-B e Doenças Cardiovasculares. Arq Bras Cardiol, volume 81 (nº 5), 529-34, 2003.
Laboratório Oswaldo Cruz. BNP - Peptídeo natriurético tipo B. Londrina. 2014. Disponível em: <http://www.oswaldocruz-lab.com.br/_2009_BNP.asp>
Villacorta e cols. Peptídeo natriurético tipo B no diagnóstico de ICC. Arq Bras Cardiol; 79: 564-8, 2002.


10 comentários:

  1. Nossa, muito interessante sua postagem !
    Só para complementar vou falar um pouco sobre o sistema peptídico natriurético que é composto por três peptídeos - o tipo A (ANP, liberado pelos átrios), o tipo B (BNP, liberado pelos ventrículos) e o tipo C (CNP, liberado por células endoteliais). O peptídeo natriurético cerebral, por ser liberado diretamente pelos ventrículos, é o que apresenta melhor acurácia no manuseio de pacientes com insuficiência cardíaca congestiva. Assim, como o ANP, ele promove diurese, natriurese, vasodilatação periférica, inibição do sistema renina angiotensina e inibição da atividade simpática. Ele é um peptídeo formado por 32 aminoácidos, dos quais 17 são comuns a todos os peptídeos.

    Aguardamos a próxima postagem !
    GRUPO A

    Fonte: Valor do Peptídeo Natriurético do Tipo B no Diagnóstico de Insuficiência Cardíaca Congestiva em Pacientes Atendidos com Dispnéia na Unidade de Emergência - http://www.scielo.br/pdf/abc/v79n6/13751.pdf

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  2. GRUPO B
    Gostaria de adicionar ao post de vocês mais uma ideia:
    O Peptídeo Natriurético é sintetizado e estocado nas células miocárdicas atriais (ANP), ventriculares (BNP) e do endotélio (CNP), embora o BNP plasmático se origine principalmente no ventrículo esquerdo. A liberação do BNP no organismo se dá pela estiramento dos miócitos ventriculares e tem como consequência fisiológica o aumento da taxa de filtração glomerular e da inibição da reabsorção do sódio, aumentando o débito urinário, ou seja, um sinal que o paciente quando está em ICC urina mais devido à BNP liberada na circulação sanguínea.
    Interessante seu post!!!
    Parabéns.

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  3. Grupo M
    Outra fonte de diagnóstico, que está em crescente uso, da insuficiência cardíaca congestiva é através dos biomarcadores. A insuficiência cardíaca causa perda de algumas propriedades da membrana celular ou mesmo a morte celular, as quais fazem que algumas substancias intracelulares sejam liberadas na corrente sanguínea e no interstício. Essas substancias podem ser usadas como biomarcadores, que auxiliam no diagnóstico de insuficiência cardíaca congestiva. As substancias citadas são: aspartato aminotranferase, a mioglobina, a creatina quinase, a desidrogenase láctica, as troponinas, e outras que indicam lesão cardíaca. As coletas de sangue devem ser feitas de forma seriada, pois pode haver complicação do caso e com os biomarcadores pode-se identificar isso. Por fim, queria sugerir que fosse feita uma postagem das principais patologias cardíacas identificadas pelos biomarcadores, pois assim haveria um maior estimulo no uso desse aparato bioquímico.
    Aguardando novas postagens!!

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  4. Olá Grupo E,
    Me chamo Gabriela e sou ex aluna do Prof Osmar aqui em Teresina! ^^ Fiquei responsável por auxiliar o grupo de vocês na elaboração das postagens!
    Meu email é gabimlinhares@hotmail.com e o celular para Whatsapp é (86) 8168-4411
    Ficarei muito feliz em poder ajudá-los!
    PS: Se já tiverem a próxima postagem me enviem para que eu possa revisar!
    Atenciosamente,
    Gabriela Linhares

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  5. Grupo I
    Fala, galera!
    Além dos métodos já citados, vi em alguns artigos que a ICC também pode ser detectada através da radiografia torácica, uma vez que nela pode se notar a hipertrofia do coração e também a presença de líquidos nos pulmões, pois o problema também leva a formação de edema pulmonar. Sobre o peptídio natriurético vi também que ele é um hormônio que pode estar aumentado devido a uma variedade de doenças cardíacas estruturais, como insuficiência cardíaca, disfunção sistólica ou diastólica, fibrilação atrial, isquemia aguda ou anormalidade valvular significativa. Esse hormônio tem se mostrado tão importante que alguns autores ousam comparar a utilidade do peptídeo natriurético tipo-B para doenças cardiovasculares ao papel da creatinina para pacientes com doença renal.

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  6. GRUPO J
    Ótima postagem, pessoal!
    Outra coisa interessante, além de saber eficiência da presença do peptídeo natriurético no diagnóstico de insuficiência cardíaca congestiva (ICC), é saber como é feito esse diagnóstico. O peptídeo natriurético tipo-B (que apresenta maior valor no diagnóstico de ICC) é dosado por imunofluorescência. Na realização desse teste, devem-se coletar 5 ml de sangue em tubo contendo EDTA (ácido etilenodiaminotetracético - ácido cristalino usado como agente quelante e anticoagulante). Uma gota é colocada na tira e introduzida no aparelho, obtendo-se resultado em quinze minutos. Além de possibilitar um diagnóstico rápido, a dosagem do peptídeo natriurético tipo-B tem alto grau de eficácia, trazendo maior qualidade e rapidez no manuseio de pacientes com ICC.
    Aguardando as próximas postagens, até mais!

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    Respostas
    1. Fonte: VILLACORTA JUNIOR, Humberto; MESQUITA, Evandro Tinoco. Aplicações clínicas do peptídeo natriurético do tipo B. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo , v. 86, n. 4, p. 251-255, Apr. 2006 .

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  7. GRUPO F
    Ótima postagem sem dúvidas, o uso do hormônio bnp em emergências é principalmente para restringir o diagnóstico visto que os sinais e sintomas são parecido com muitas doenças, contudo seu uso não se limita ao diagnóstico de IC mas principalmente ao diagnóstico de uma gama de doenças que necessitam de uma ação rápida e eficaz, tendo em mente que seu uso deve ser associado a uma boa anamnese e um exame clínico e físico satisfatoriamente bem feitos.

    Referência
    http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2009/v7n6/a009.pdf

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  8. Grupo D

    Ótima postagem... Só queria acrescentar um pouco sobre a relação do peptídeo natriurético tipo-B e a fibrilação atrial, que é uma doença freqüente entre idosos e/ou pacientes com insuficiência cardíaca. É sabido que o peptídeo natriurético tipo-B é uma ferramenta não invasiva, seguramente correlacionada com pressão diastólica final do ventrículo esquerdo, sendo de fato um marcador de distensão miocárdica. Estudos têm demonstrado que fibrilação atrial é um determinante independente de aumento dos níveis de fator natriurético atrial. Embora o peptídeo natriurético tipo-B e, particularmente, o fator natriurético atrial, estejam supostamente elevados em pacientes com fibrilação atrial com ou sem disfunção ventricular, tem sido demonstrado que ambos os peptídeos tendem a diminuir após cardioversão elétrica bem sucedida. A duração da fibrilação atrial também pode ter importância em pacientes com insuficiência cardíaca avançada, quanto mais longa a fibrilação atrial menores os níveis de fator natriurético atrial. Outros autores têm demonstrado que, em pacientes com fibrilação atrial, o peptídeo natriurético tipo-B está aumentado e o miocárdio atrial considerado como fonte da sua produção. Outra evidência da correlação entre arritmias, envolvendo dissincronia atrioventricular e níveis de peptídeo natriurético tipo-B, tem origem em um estudo que demonstrou níveis de peptídeo natriurético tipo-B mais elevados em pacientes com marcapasso em modo VVI do que aqueles em modos DDD ou AAI. Após a cardioversão atrial, o peptídeo natriurético tipo-B diminui gradualmente.
    Até a próxima postagem...

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