A Parada Cardiorrespiratória (PCR) tem sido conceitualizada como a parada abrupta da circulação e ventilação espotâneas, podendo serem estas reconhecidas através da checagem de pulsos (radial ou carótido, principalmente) e da respiração através da observação dos movimentos musculares no tórax ou da palpação da mesma região, buscando-se sentir sua elevação e retração.
A reanimação cardiorrespiratória é a medida emergencial indicada nesse caso e tem por objetivo então, reestabelecer a circulação, promovendo a oxigenação tecidual, principalmente ao cérebro. Tal procedimento segue as diretrizes normatizadas pela ACLS (Suporte Avançado de Vida- Cardiovasvular), que já foram inclusive discutidas aqui.
Veja a seguir, o protocolo a ser seguido na realização de RCP:
O protocolo também preconiza que a primeira droga a ser usada independentemente do ritmo de PCR é a epinefrina. A dosagem dessa substância a ser usada, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia é de 1 mg a cada 3-5 minutos.
A epinefrina, mais conhecida como adrenalina é um hormônio secretado pelas glândulas adrenais e derivado da modificação de um aminoácido aromático (tirosina). A elevada secreção de tal hormônio, em momentos de "stress", prepara o organismo para grandes esforços físicos, estimula o coração, eleva a tensão arterial, relaxa certos músculos e contrai outros. A fórmula molecular desse hormônio é C9H13NO3, sua massa molar é 183.204 g/mol e sua nomenclatura IUPAC é (R)-4-[1-hidroxi-2-(metilamino)etil]benzeno-1,2-diol.
A adrenalina, uma catecolamina, atua em receptores alfa e beta adrenérgicos e seus efeitos principais no organismo em caso de PCR são:
- aumento da pressão de perfusão gerada pela compressão torácica externa;
- aumento da freqüência cardíaca;
- aumento da atividade elétrica miocárdica;
- aumento do fluxo sanguíneo cerebral e coronariano;
- aumento da contratilidade miocárdica;
- aumento da automaticidade;
- aumento do vigor na fibrilação ventricular, favorecendo a conversão da fibrilação fina (baixa amplitude) em fibrilação grossa (alta amplitude), que é mais suscetível à desfibrilação elétrica.
- aumento da freqüência cardíaca;
- aumento da atividade elétrica miocárdica;
- aumento do fluxo sanguíneo cerebral e coronariano;
- aumento da contratilidade miocárdica;
- aumento da automaticidade;
- aumento do vigor na fibrilação ventricular, favorecendo a conversão da fibrilação fina (baixa amplitude) em fibrilação grossa (alta amplitude), que é mais suscetível à desfibrilação elétrica.
REFERÊNCIAS:
Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia: Resumo Executivo. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 2013; v. 100(2); pp. 105-113. Disponível em: <http://www.arquivosonline.com.br/2013/10002/pdf/interativa-10002.pdf>. Acesso em: 15/05/2015 às 13:41.
http://www.bibliomed.com.br/bibliomed/books/livro7/cap/cap11.htm. Acesso em: 15/05/2015 às 13:08.
Bem interessante como a epinefrina, uma substância produzida pelo próprio organismo, consegue converter um coração “exaustado”. Fazendo um paralelo, pesquisamos sobre o uso de epinefrina em RCP neonatal. Os bebês, bem mais frágeis que os adultos, precisam de cuidados e dosagens de medicamentos muito diferentes. Quando a frequência cardíaca do recém-nascido permanece menor que 60bpm mesmo depois de ventilação e massagem cardíaca, o uso de expansor de volume e epinefrina são indicados. Recomenda-se sua administração por via endovenosa na dose de 0,01-0,03 mg/kg. Doses elevadas de adrenalina (>0,1 mg/kg) não devem ser empregadas, pois levam à hipertensão arterial grave, diminuição da função miocárdica e piora do quadro neurológico. A adrenalina deve ser sempre usada na diluição de 1:10.000. Quando não há reversão da bradicardia com o uso da adrenalina, pode-se repeti-la a cada 3-5 minutos (sempre por via endovenosa na dose 0,03 mg/kg) e considerar o uso de expansores de volume caso o bebê esteja pálido ou existam evidências de choque.
ResponderExcluirDE ALMEIDA, Maria Fernanda Branco; GUINSBURG, Ruth. Programa de reanimação neonatal da sociedade brasileira de pediatria: condutas 2011. 2011.
Realmente, muito boa postagem. Relembra muito do que vimos tanto no módulo de Habilidades Médicas quanto no de Bases dos Processos Biológicos. A adrenalina tem todos os efeitos citados não somente quando é administrada nos casos de emergência, mas também em situações de luta ou fuga. São basicamente os mesmos efeitos. Esse conhecimento permite que seja usada para reverter casos de parada cardiorrespiratória.
ResponderExcluirO aumento da pressão de perfusão tem origem no efeito vasoconstritor da epinefrina nos capilares periféricos, principalmente em órgãos como os do sistema digestógio, aumentando o retorno venoso e a pressão sistêmica Nesses locais, ela se liga aos alfa-receptores. Ao mesmo tempo, causa, em alguns tecidos, vasodilatação - ligam-se a receptores beta-adrenérgicos, causando o aumento do fluxo cerebral e coronariano, que precisam de mais sangue em situações de risco. É a presença dessas proteínas de reconhecimento (uma das muitas funções das proteínas para os seres vivos) da epinefrina na membrana celular que determina qual a resposta cada tecido terá a esse hormônio.
Fonte: GUYTON, A. C. e HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ª edição. Editora Elsevier. 2011.
Oi pessoal :)
ResponderExcluirachei, no Lehninger (3a ed) algo muito interessante sobre a atuação da epinefrina/adrenalina. Na parte de mecanismos moleculares de transdução de sinal, que sao específicos e sensíveis, explica-se que o terceiro tipo de mecanismo de transdução é ilustrado pelo sistema do receptor beta-adrenérgico, que detecta a adrenalina e é mediado por porteinas receptoras da membrana plasmática, que indiretamente ativam enzimas (por meio de proteinas de ligação do GTP) responsáveis pela produção de mensageiros secundários intracelulares.
Por enquanto é isso. Sigamos! Ansiosa pela próxima publicação. :)
GRUPO M
ResponderExcluirPostagem bastante relevante, pois conhecimentos de ACLS e RCP são essenciais para a prática médica, assim é importante entender o mecanismo de ação da epinefrina (adrenalina). Há dois tipos de receptores para a epinefrina: o β-adrenergico, ligado ao sistema adenilato ciclase, e o α-adrenergico, cujo segundo mensageiro aumenta a [Ca2+] intracelular. As células musculares, que tem o receptor β-adrenergico respodem a epinefrina por meio da degradação do glicogênio para a glicose, gerando ATP e ajudando os músculos a lidar com o estresse que desencadeou a liberação de epinefrina. Dessa forma, esses mecanismos bioquímicos se fazem essenciais para a regulação metabólica e hormônios como a insulina servem para contrabalancear esse processo. Aguardando as postagens das próximas semanas.
GRUPO M
ResponderExcluirPostagem bastante relevante, pois conhecimentos de ACLS e RCP são essenciais para a prática médica, assim é importante entender o mecanismo de ação da epinefrina (adrenalina). Há dois tipos de receptores para a epinefrina: o β-adrenergico, ligado ao sistema adenilato ciclase, e o α-adrenergico, cujo segundo mensageiro aumenta a [Ca2+] intracelular. As células musculares, que tem o receptor β-adrenergico respodem a epinefrina por meio da degradação do glicogênio para a glicose, gerando ATP e ajudando os músculos a lidar com o estresse que desencadeou a liberação de epinefrina. Dessa forma, esses mecanismos bioquímicos se fazem essenciais para a regulação metabólica e hormônios como a insulina servem para contrabalancear esse processo. Aguardando as postagens das próximas semanas.